O que seria do vinho sem a taça?

por | 02.01.2020 | Cozinha Gourmet, Guia do Vinho

A gente não para pra pensar, mas degustar um bom vinho tem todo um cerimonial e a taça faz toda a diferença nesse momento.

O vinho é uma das bebidas mais antigas do mundo, só perde para o Hidromel que remonta dez mil anos, e logo depois, com a chegada do vinho, o consumo de Hidromel caiu consideravelmente. Desde então, há um recipiente para colocá-lo. Por isso, imagine! O que seria do vinho sem a taça? Pensando na falta que ela faria, pois tomar vinho no copo não é a mesma coisa, conheça uma breve história da evolução da taça!

Cálices: a primeira forma de taça

O Kylix, traduzido do grego como copo, era um tipo de taça larga, geralmente de cerâmica ou de terracota, com alças laterais e pinturas temáticas, inclusive, com desenhos de Dionísio, o deus grego do vinho. Era usado na Antiguidade para beber vinho de forma comunitária em festas e outras comemorações.

Terracotta Kylix por Douris (The Met)

Kylix de Terracotta por Douris (The Met)

Ao longo do tempo, esse recipiente foi diminuindo seu tamanho até chegar à idade média, quando os cálices passaram a ser muito utilizados em cerimoniais litúrgicos. Os cálices feitos de metal, como prata, chumbo e ouro foram as primeiras formas de taça de vinho, mais próximo do que conhecemos hoje em dia.

 

taças de prata, chumbo e ouro

Cálices de prata, chumbo e ouro.

 

Vidro: a grande transformação

O vidro em si começou a ser empregado pelo Homem na pré-história, mas por volta de 1500 a.C surgem no Egito os primeiros objetos de vidro e consequentemente muitas peças foram inventadas, inclusive, os copos. Porém, foi a técnica do vidro soprado, inventada pelos Sírios e difundida e aperfeiçoada no Império Romano, que impulsionou a fabricação das taças. A tecnologia avançou pela Europa e no início do século XIV começam a aparecer os “copos” de vidro em pé, ou seja, com uma base e uma haste.

Já na idade média, os vidreiros da ilha de Murano criam um vidro com alta transparência e brilho, à base de soda pesada, e o chamam de Cristallo. Além da translucidez, as taças são belíssimas, ornamentadas com uma base refinada. Eram tão decoradas que se transformaram em objetos de luxo destinados à aristocracia. Desse modo, Veneza torna-se, no século XVII, pólo da produção mundial de taças de vidro, um símbolo de status social por um longo período.

Taças e jarras Venezianas final do séc. XVII (The Met)

Cristal: a química perfeita

Nesse ínterim, os germânicos também desenvolveram um vidro feito à base de potássio e óxido de cálcio mais grosso e duro que o cristal, mas com a indústria sofrendo uma série de transformações devido a escassez de madeira, muito usada para esquentar e fundir o vidro, foi preciso uma nova alternativa.

No início do século XVII, os ingleses inventam o forno a carvão, bem mais eficaz, pois gerava muito mais calor. Paralelamente, outra invenção histórica: o Cristal, vidro com óxido de chumbo, descoberto pelo inglês George Ravenscroft, revolucionando a indústria e possibilitando novas técnicas para tornar a taça cada vez mais resistente, como por exemplo, com a fundição de nervuras.

Mas, apesar do procedimento dos ingleses deixarem as taças mais densas do que o vidro Veneziano também ficavam com aspecto leitoso. Por esse motivo, a partir desse modelo houveram algumas melhorias, tornando o vidro mais leve e gracioso. Com as devidas alterações, a nova técnica avança o continente vertiginosamente, pois agora, além de resistentes, as taças são mais elegantes e refinadas.

Taças Venezianas séc. XIX (The Met)

As taças de cristal são até hoje uma preferência. Isso porque, além de ser mais denso, o Cristal auxilia na temperatura ideal do vinho por mais tempo. Por ser mais poroso e rugoso que o vidro gera mais “turbulência” ao circular o vinho na taça, assegurando a melhor aeração.

Com o passar dos séculos, paralelo à evolução das taças, naturalmente também houve inovações na fabricação do vinho. Hoje em dia temos uma enorme gama de tipos de uvas e várias opções de taças, de acordo com o que vamos beber. Tanto para os diferentes tipos de vinhos, como para outras bebidas, a exemplo as taças de champanhe e de licor.

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Referências: Vida Brasil; Clube dos Vinhos.

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